Possíveis células sanguíneas e proteínas de dinossauro foram encontradas em fósseis com 75 milhões de anos
Cientistas fizeram uma descoberta surpreendente enquanto trabalhavam em
um grupo de fósseis de 75 milhões de anos de idade: eles pareciam
conter glóbulos antigos e tecido proteico.
A descoberta derruba a teoria de que fosseis são desprovidos de pele,
carne, sangue e qualquer outro tipo de matéria orgânica. Os cientistas
envolvidos, do Imperial College London, de Londres, usaram uma nova
técnica para analisar estes fósseis, e caso suas conclusões iniciais
sejam reais, talvez seja preciso repensar as teorias sobre quanto tempo
os tecidos moles podem sobreviver.
De acordo com a revista Science,
o cientista de materiais Sergio Bertazzo e a paleontóloga Susannah
Maidment, usaram uma nova abordagem para tentar destrinchar sinais de
proteínas antigas em suas amostras fósseis (dedos do pé, costela,
quadril, pernas e garras de dinossauros). O casal usou um feixe de íons
focalizados para cortar as amostras, deixando uma borda limpa perfeita
para estudos de imagens de alta resolução.
"Nós não vimos cristais ósseos", explicou Maidment, que é o que os pesquisadores esperavam encontrar após tal procedimento. "Vimos tecido mole. Foi completamente inesperado. Minha resposta inicial era que estes resultados não podiam ser reais”, declarou na revista Science.
As fibras de colágeno suspeitas foram pesadas usando um espectrômetro
de massa, e os números resultantes combinaram com o esperado. Embora
isso não seja uma prova conclusiva de que a proteína é real (e não
causada por contaminação, por exemplo), os cientistas estão planejando
executar mais testes para verificar o material que eles encontraram.
Veja abaixo as fibras lineares, que os cientistas acreditam ser colágeno, na imagem do microscópio eletrônico de varredura:
Não
é a primeira vez que os cientistas afirmaram ter descoberto proteínas
nos fósseis. Em 2005, uma equipe liderada pela paleontologista da
Universidade Estadual da Carolina do Norte, Mary Schweitzer, encontrou tal tecido, de 68 milhões de anos de idade, em fósseis de Tyrannosaurus rex,
embora pesquisas aprofundadas não tenham conseguido verificar as
alegações e impedir a contaminação. Schweitzer acredita que o ferro
presente no corpo dos dinossauros era capaz de preservar a matéria
orgânica.
As conclusões do Bertazzo e Maidment abriram novamente o debate de que
as proteínas se deteriorem após milhares de anos. O que faz com que o
novo estudo seja potencialmente interessante é que esses fósseis não
eram espécimes particularmente bem preservadas, restos de tecidos tão
sensíveis e células vermelhas do sangue podem não necessitar de
quaisquer condições especiais para a preservação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário